Pontes do Minho;
de Lamas de Mouro a Castro Laboreiro,
Já conhecia estas pontes?
De moto 4, apetrechado com o mínimo necessário para passar o dia na serra, por entre arvoredos, montanhas de penedos, montes e vales de uma cordilheira de serras, onde, a paisagem se altera ao ritmo da vida, não pelo progresso ou pela evolução, mas, sim, pelo abandono, pelo desmazelo, pela desertificação - das espécies; fauna, flora, botânica e, humana, provocada pelos incêndios - num caso - e, pelos tojos, pelos carraços ou matos - pelo outro; - não pondo de lado os casos em que é alterada pela mão do homem, não com o sentido da evolução civilizacional mas sim para os “arranjos” das suas vidas privadas, como o de despejar entulhos pelas matas que até são Nacionais - atravessei serras, também desertas.
Atravessei ribeiros com água a cobrir as rodas da mota e a afogar o motor com o escape tapado pela água.
Atravessei aldeias fantasma, onde não se vê uma única viva alma. Ali, quando um barulho estranho entoa, provocado pelo vento, ou pelo latir de algum cão, assusta mesmo. Há que acelerar de imediato a mota e atravessar aquelas ruelas desertas o mais rápido possível.
Atravessei aldeias onde só vive uma ou duas pessoas, onde as mesmas fogem quando vêm alguém estranho e se metem em casa, se fecham e ficam a espreitar à socapa por dentro das cortinas. Não é caso único algumas aldeãs já terem sido assaltadas, mas, as pessoas agora estão alerta e todos os vizinhos se socorrem. Existe uma vivência verdadeiramente comunal, de entreajuda; não de nome incorrecto. Além disso, as autoridades estão atentas também, fazem ronda das mais variadas formas. Os menos respeitadores da ordem, que se desmobilizem, porque as populações já têm os seus meios de defesa.
Atravessei floresta e serra com dezenas de quilómetros de estrada.
Percorri dezenas de quilómetros erradamente, para ter que voltar para trás e voltar ao ponto de partida. E, nas ruas não se vê ninguém a quem perguntar.
Uma tarde, foi o tempo que demorei a encontrar unicamente a ponte dos portos, chamada ponte Celta.
Parti do centro da Vila, com a companhia das minhas inseparáveis máquinas fotográficas e, da minha sempre habitual fidedigna companheira, que, é o meu braço direito, esquerdo, cabeça, olhos, ouvidos, enfim, a minha super - orientadora, mentora, além de que a perspicaz exploradora das vastas áreas geográficas - o meu GPS. Levava como indicação, unicamente, a existência de uma ponte Celta, lá para os lados dos Portos.
Até encontrar esta ponte Celta - dos portos -, a ponte de Ribeiro de Baixo ou a ponte das Caínheiras e tantas outras mais, passou uma semana.
Visitei a aldeia de Caínheiras onde vive alguma meia dúzia de pessoas maravilhosas com quem parei para conversar. O mesmo aconteceu na aldeia de Ribeiro de Cima, na aldeia de Ribeiro de Baixo onde inclusive ficaram de imediato amigos , na aldeia dos Portos e outras tantas que, fixar todos aqueles nomes se torna complexo.
Atravessei autênticas medievais aldeias, com ruas empedradas, cobertas com bosta de boi à mistura com água das chuvas, - onde fica uma mistela de bosta que com o rodar das rodas é atirada para todo o lado; para nós, para a mota, enfim, fica tudo salpicado, enlameado, “embostado”, mas, são muito bonitas estas pontes. Ora vejam as fotografias se não são tão bonitas.
Pontes assim, só em Portugal. Só visto. Pena, é que a Câmara Municipal de Melgaço não mande sinalizar os caminhos para orientar o turista.
A Câmara já colocou placas junto de cada ponte, com as informações principais; o tipo de construção, a época, o seu nome, etc, mas e para chegar lá?
Outra falta imperdoável é a isenção de limpeza que se nota em redor das mesmas pontes, onde se acumulam matos e silvados e em alguns casos árvores de grande porte que nasceram incontrolavelmente e que cujas raízes danificam as estruturas das construções, que é o caso da ponte das Caínheiras.
Todas estas pontes são monumentos de interesse público e algumas até classificadas Monumentos Nacionais
http://cid-493d02fe09df155e.skydrive.live.com/browse.aspx/Novo%20%c3%a1lbum/PONTES%20DE%20PORTUGAL
PONTE DAS CAÍNHEIRAS
Esta ponte relaciona-se com a rede viária vicinal, mas também com a rede viária regional minhoto-galaica que colocava Castro Laboreiro na ligação entre Melgaço, Arcos de Valdevez e Bande, fazendo uma ligação intermédia entre os eixos de comunicação com a Galiza.
É imóvel de interesse público.
Tendo em consideração aquilo que transcrevi acima e que se encontra mencionado numa placa colocada pela Câmara Municipal de Melgaço precisamente ao lado da ponte e que o último parágrafo repito " É imóvel de interesse público "; é de estranhar e de lamentar que quem lá colocou a mesma - placa - não passe da escrita - das intenções - aos actos e mande limpar, arrancar matos e árvores que cujas raízes danificam e destronem já os alicerces da mesma, -ponte.
A bem do património arquitectónico regional e nacional .
Nave única com cinco contrafortes e arcos diafragmas assentes em colunas
Espigueiro privado em Ribeiro de Cima
CASTELO DE CASTRO LABOREIRO
RIO MOURO